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História Política e Eclesiástica

 

        A história eclesiástica sucedeu, paralelamente, à história política, fato muito comum no Brasil durante os períodos colonial e monárquico. Em 1803, foi iniciada a construção da igreja de Nossa Senhora da Vitória, marco que ficou da Conquista da terra durante mais de um século. Em 1806, se conclui que já estava coberta, pelo fato desta data ter sido impressa em algumas telhas recolhidas depois da sua demolição em 1932. No dia 15 de agosto de 1811, segundo se ler no livro de Tombo da antiga matriz de Nossa Senhora da Vitória, foi entronada a imagem da Padroeira, certamente a que ainda se encontra na nova matriz, e celebrada a primeira missa. Na mesma ocasião foi levantado um cruzeiro, no adro, em frente à igreja, contendo uma tabuleta com as inicias de Cristo e a data do ano de 1811. Em 1817, ainda estava em construção, segundo informou o Príncipe Maximiliano em seu livro de viagem. De etapa em etapa, a igreja de Nossa Senhora da Vitória levou mais de 40 anos para ser concluída, o que não era de se estranhar muito. Sabe-se que algumas das 365 igrejas que existiam em Salvador levaram mais de 50 anos e que não conseguiram concluir-se.

        Em 1823, segundo informações colhidas em fontes não documentadas, mas da tradição oral, a igreja teria sido inaugurada sem os altares e decoração, porque como era fato comum, os altares eram encomendados fora, quase sempre na capital da Bahia e até em Portugal. O altar-mor foi encomendado em Salvador, daí a razão da demora, explicável, até certo ponto, naquela época, dado a distância para transportar peça por peça em lombo de burro e os trabalhos sobrecarregados dos artistas sacros. Em 1848, o pintor italiano João Pirasoli, assina o contrato com os tesoureiros da igreja para dourar os altares, as molduras dos quadros e esculturas. Os artistas conquistenses João Palmeira Fonseca e Manoel Souto Muniz executaram também, posteriormente, obras de pintura na sacristia, quadros de santos e passagens bíblicas, de grande interesse artístico, que infelizmente, não foram preservados, juntamente com outras alfaias. O terreno onde foi edificada a igreja foi doado pelo Coronel João Gonçalves da Costa “para servir-lhe de patrimônio”, no valor de cento e quarenta mil réis. A escritura de doação foi passada no dia 4 de novembro de 1815 no Arraial da Conquista por procuração ao filho do doador, Capitão-Mor Antônio Dia de Miranda.

        Em 1837, lavrou-se o Auto de Posse e Firmamento de Marco. Eram quatro os marcos que estabeleciam os limites da área pertencente à igreja de Nossa Senhora da Vitória e sobre a qual foi edificada a cidade de Conquista: um no lugar denominado alto da Samambaia, no morro da Batalha; outro na Lagoa das Bateias; um terceiro na estrada que ia para os Campinhos; e, finalmente, o quarto na estrada da Barra, além do Alto Maron. Os marcos eram de madeira de lei, lavrados em quatro faces, com a marca da igreja talhada em cada face. O primeiro Vigário da Freguesia de Nossa Senhora Da Vitória foi Cesário da Silva Matos que por muito tempo dirigiu a Freguesia, sendo distinguido, pelo seus méritos, Comendador da Ordem da Rosa pelo Governo imperial. O segundo foi o Padre José Joaquim de Andrade, fundador da família Andrade em Conquista, Senhor de terras e escravos.

        Muitos foram sacerdotes que, no passado, se distinguiram na direção da paróquia de Nossa Senhora da Vitória. Dentre eles, destacou-se o Padre Manoel Olímpio Pereira, que depois de ser agraciado com o título de Monsenhor, chegou a ser nomeado Bispo de Manaus. Era natural de Curralinho, distrito de Livramento de Nossa Senhora, hoje cidade de Dom Basílio. Sua passagem pela Paróquia de Conquista, durante os anos de 1905 à 1918, foi marcada por muitos trabalhos cristãos, sobressaindo a criação da Santa Casa de Misericórdia onde, atualmente, funcionam o Hospital São Vicente. Também merecem referências como párocos os cônegos Exupério Gomes Pessoa e Ático Eusébio da Rocha e os padres Fábio Moreira de Oliveira, Pedro Emílio da Frota Pessoa, João Ramos Marinho e Frei Egídio de Elcito, todos participantes do progresso espiritual da terra conquistense.

        Em 27 de julho de 1957 foi criada a Diocese de Vitória da Conquista, cujo primeiro Bispo foi Dom Jackson Berenguer Prado, sucedendo-lhe Dom Climério Almeida Andrade, que tomou posse no dia 3 de fevereiro de 1963. Em 24 de maio de 1981, falece Dom Climério é substituído por Dom Celso José Pinto da Silva.

 

Referência: Museu Regional de Vitória da Conquista.

 

 

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